Os fãs e hypebeasts mais aficionados pela Supreme estão preocupados com o futuro da marca após a venda de parte dela para o gigante grupo de investidores Carlyle.
Os rumores foram confirmados na semana passada com a inauguração da nova loja em Nova Iorque, que contou com a presença do “man behind the business”, James Jebbia, que não costuma dar entrevistas nem aparecer em público, mas confirmou que o boato era verdade.
“Nós somos uma marca que está crescendo e para manter esse crescimento escolhemos trabalhar com o grupo Carlyle. Eles possuem a experiência operacional para nos manter no mesmo caminho que seguimos desde 1994. Trabalhar com o Carlyle nos permite concentrar no que sabemos fazer de melhor e ainda manter o controle sobre a marca, o qual nós sempre tivemos.” afirmou o fundador para o site Business Of Fashion (BoF)“]
Com essa declaração começaram a surgir ramificações sobre o assunto, principalmente, sobre a porcentagem do Carlyle nessa aquisição. Em matéria postada no site Women’s Wear Daily, que cobre notícias sobre o mundo da moda feminina, fontes ligadas ao meio afirmaram que o grupo adquiriu 50% da Supreme pelo valor de US$500 milhões. Com os dados em mãos, o valor da marca americana de skate foi avaliado em US$1 bilhão.
PRESTÍGIO CONSAGRADO
Grande parte do que a Supreme conquistou veio de sua forma de vender, limitar seus produtos e de manter a marca intacta, sendo totalmente comandada apenas por seu fundador e sua equipe. Por isso, mesmo antes da notícia sobre a venda se espalhar, a marca correu para tirar do ar a matéria sobre os valores do negócio, pois claramente eles poderiam afetar o público consumidor da Supreme.
E o pior que essa não foi a primeira vez que a marca fez isso. Segundo o site Business Of Fashion, a Supreme teria vendido uma pequena parte da empresa para o grupo de investidores Goode Partners há três anos atrás, que teria ajudado a marca a abrir sua loja em Paris.
O que esperar da Supreme daqui para a frente?
Os grupos de investimento são empresas que visam apenas uma coisa: o lucro. Por isso, quando uma porcentagem da marca é vendida fica incerto dizer que seu conceito e suas vendas não serão afetadas diretamente.
Gigantes como a BAPE e a Stussy já passaram por isso. Esse processo foi benéfico para as marcas já que puderam expandir sua produção, abrir novas lojas e serem revendidas em outras multimarcas. Mas no caso da Supreme isso vai contra o ideal que a marca vinha defendendo com unhas e dentes.
Se houver mais lojas e mais produtos à venda parte importante do hype conquistado pela marca vai acabar se perdendo e de quebra vai deixar de ser “cool” usá-la. Grande parte de sua receita está em deixar as pessoas desejando ter um box logo mas não podendo comprar um a hora que quiserem.
Outra parte que seria bastante afetada seriam a dos resellers, vendedores não oficias de produtos da marca, que vivem da revenda de seus produtos por valores exorbitantes.
Não há como mensurar o impacto da venda de metade da Supreme, se isso afetará ou não o seu legado, ou se ela vai se tornar apenas mais uma marca dentro do streetwear. Talvez daqui há cinco ou dez anos estaremos apenas lembrando com nostalgia da era de ouro da marca, de quando ela era considerada a maior e mais relevante no seu segmento.