Em abril viajei de férias para Chicago e tive a oportunidade de ver de perto o famoso “Chicago Mural”, obra de Keith Haring realizada em parceria com diversos estudantes de escolas públicas da cidade.
Antes de falar o que vi por lá vamos ao projeto. Coordenado por Irving Zucker, professor da escola William H. Wells Community Academy, o projeto nasceu após o ele conhecer Haring em um jantar na cidade de Nova Iorque, em 1987. A ideia de trabalhar com crianças instigou o artista e logo começou a ganhar forma. Mas foi só em 1989 que ela se concretizou.
Durante cinco dias seguidos, 15 a 19 de maio, Keith Haring se reuniu com 500 estudantes de escolas públicas de 63 áreas diferentes da cidade, para pintar um mural gigantesco. Feito de painéis de Masonite, o mural de aproximadamente 149 metros, localizado na esquina do Grant Park com a Avenida Michigan começou a ganhar vida de forma natural. Apesar de alguns esboços prévios, Haring não havia planejado como a obra seria pintada.
A ideia era que o mural representasse o que as crianças estavam sentindo através da criatividade e de mensagens positivas. O artista desenhou seus icônicos personagens, entre eles “Radiant baby” e “Barking dog”, por toda extensão. Guiados pela mente genial de Haring, as crianças coloriram os desenhos com diferentes cores e também deram seu toque através de frases, palavras e as iniciais de seus nomes.
The Chicago Mural
Quase 30 anos depois, uma parte preservada do mural ganhou um espaço dentro do Chicago Cultural Center. Como sempre gosto de procurar sobre artistas e exposições, mesmo antes de viajar fiquei sabendo da exibição e é claro que não poderia deixar passar por lá.
A entrada da exibição era gratuita tornando a experiência mais interessante ainda. Logo no corredor de entrada estão fotos, bilhetes e esboços de personagens feitos por Haring. Do outro lado está uma foto completa do mural que ocupa basicamente o corredor inteiro.
Esse corredor nos leva a uma sala bem ampla na qual o mural foi instalado em forma de L. O espaço conta com alguns bancos para sentar, mesinhas com desenhos de colorir para as crianças, uma TV com imagens do processo de criação do mural e objetos pessoais que o artista usou durante o processo.
Ver uma obra desse tamanho de perto, ainda mais de um cara que você admira, é bem especial. É claro que é proibido tocar no mural mas você consegue ver bem de perto os traços, mensagens e até o desgaste do material, que em algumas partes está bem danificado. O que mais chama atenção é o esquema de cores alegre e vibrante que ressalta ainda mais os icônicos personagens de Haring.
Outra parte bem legal são peças de roupa customizadas por ele durante o processo. Entre elas estão jaqueta, camiseta, boné e bolsa tote, todas com diversos desenhos e sua assinatura.
Confira algumas fotos e vídeos que fiz por lá.