CFDA quebra o protocolo premiando Supreme

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Getty Images/Theo Wargo

First things first. A CFDA (Council of Fashion Designers of America) premia anualmente os melhores designers da moda em diversas categorias. Nesta segunda-feira (4/6) rolou no Brooklyn Museum, em Nova Iorque, o evento de nomeação dos melhores de 2018.

Entre as categorias haviam indicados de peso como, Tom Ford, Thom Browne, Raf Simons e Calvin Klein. No meio dessa galera duas pessoas se destoaram: James Jebbia, dono da Supreme, e Virgil Abloh, dono da Off-White e atual designer da Louis Vuitton. Apenas esse fato já indicava que a indústria da moda havia considerado que os dois nomes mais influentes da cena do streetwear tinham conseguido cruzar a linha entre a moda urbana e o high fashion.

Mas não parou por aí! O nome mais certo para o prêmio de melhor designer do ano com certeza iria para Virgil, devido suas aclamadas collabs e pela sua relevância no cenário atual. Porém, indo contra todas as probabilidades, o vencedor da categoria foi James Jebbia, o chefão da Supreme. Muita gente ficou sem entender, afinal a Supreme não é considerada uma marca que carrega um estilista por trás.

E o melhor ainda estava por vir. Reservado e mantendo seu low profile, James fez um discurso direto e sucinto.

“Eu nunca considerei a Supreme uma marca fashion, nem eu um designer, mas agradeço o reconhecimento por tudo que fazemos.”

O tom do discurso reforçou a posição da Supreme que está mais interessada em fazer o que faz sem nenhuma pretensão de agradar ninguém mesmo com todo destaque que tem recebido.

Por outro lado, esse reconhecimento foi uma grande virada para o streetwear já que o mundo da moda teve que engolir a seco uma marca criada para skatistas ganhar um prêmio de tal importância. Interessante pensar que lá atrás muitas marcas de streetwear parodiavam e reinterpretavam os logos das gigantes da moda mundial. Atualmente o que vemos é o inverso, pois essas mesmas marcas que ignoravam totalmente a presença do nicho estão colaborando com marcas de streetwear e contratando pessoas desse meio.

Tudo isso me fez refletir a relação doentia que muita gente tem com as grandes marcas, em especial a Supreme. Talvez as pessoas estejam mais preocupadas com a marca do que seu próprio dono, isso porque ele vendeu 50% dela para um grupo de investidores no ano passado. E vou além…Talvez ele deva rir da molecada se matando, ficando em filas ou pagando bem caro por seus produtos enquanto aprecia um bom Moët Chandon em seu caríssimo loft em Nova Iorque.

Saúde!

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